terça-feira, 3 de outubro de 2017

Tudo Que No Cume Inspira - Folclore Mineiro * Antonio Cabral Filho - RJ

Tudo Que No Cume Inspira
-Picodaneblina-
*
No alto daquele morro
eu plantei uma roseira,
o vento no cume bate,
a rosa no cume cheira.

Quando vem a chuva fina,
salpicos do cume caem,
formigas no cume entram,
abelhas do cume saem.

Quando cai a chuva grossa,
a água do cume desce,
o barro do cume escorre,
o mato do cume cresce.

Mas quando cessa a chuva,
no cume volta a alegria,
pois torna a brilhar de novo
o sol que no cume ardia!
*
Versão Laurindo Rabelo

http://advivo.com.br/blog/gilberto-cruvinel/a-poesia-obscena-de-laurindo-rabelo

As Rosas do Cume
"No cume daquela serra
Eu plantei uma roseira.
Quanto mais as rosas brotam,
Tanto mais o cume cheira.
À tarde, quando o sol posto,
E o cume o vento adeja,
Vem travessa borboleta
E as rosas do cume beija.
No tempo das invernadas,
Que as plantas do cume lavam,
Quanto mais molhadas eram,
Tanto mais no cume davam.
Mas se as aguas vêm correntes,
E o sujo do cume limpam,
Os botões do cume abrem,
As rosas do cume brincam.
Tenho, pois, certeza agora
Que no tempo de tal rega,
Arbusto por mais mimoso
Plantado no cume, pega.
Vem porém o sol brilhante
E seca logo a catadupa;
O mesmo sol a terra abrasa
E as águas do cume chupa.

A rosa do cume fica
no mais alto da montanha
A rosa do cume pica
A rosa do cume arranha
.
As rosas do cume espreitam
entre as folhagens d'além
trazidos na fresca brisa
os cheiros do cume vêm.
.
No cume duma montanha
tem um olho d'água à beira.
É uma água tão cheirosa
que a multidão ansiosa
o olho do cume cheira."

*

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