sábado, 7 de outubro de 2017

Orgulho de Ser Mineiro * Autor Desconhecido - MG

Orgulho de Ser Mineiro
video
Texto: Fernando Sabino
Voz: Zé Doradin
https://www.youtube.com/watch?v=Tr6c3-Ha-ek

 Orgulho de Ser Mineiro

   (Autor desconhecido)

    Já rodei muito na vida,
    Quase o Brasil inteiro
    Estradas do norte e do sul
    Sem ter nenhum paradeiro.
    Mas vou contar uma coisa
    E nisso sou bem verdadeiro
    Se o mineiro sai de Minas
    Minas nunca sai do mineiro

    E não pode sair mesmo
    Digo de um jeito maneiro
    Depois de conhecer o Brasil
    Eu posso dizer bem faceiro
    Que quem conhece Minas,
    Conhece o Brasil inteiro
    E orgulhar-se de ser de Minas
    É orgulhar-se de ser brasileiro.

    Veja o Norte de Minas
    Igual a cearense Icó
    Tanta seca e pobreza
    Que faz qualquer um sentir dó
    Aquele calor e secura
    Lembra o sertão Seridó
    Ali é praticamente o Nordeste.
    Só que “um cadinho mió”

    Sim, Minas também tem nordeste
    Jequitinhonha, dizia minha avó.
    Gente aguerrida e guerreira
    Que sempre aguenta o jiló
    Mas que sabe descansar sossegado
    Pescar, esperar o anzol.
    Parece o povo baiano
    Só que um “cadinho mió

    Mas é no vale do Mucuri
    Que a terra parece de um faraó
    Lá tem gente honrada e honesta
    Que não vai para o xilindró
    Lá o pessoal aproveita de tudo
    Dá valor até ao mocotó
    Parece muito a Paraíba
    Só que é um “cadinho mió”

    E o povo do nosso Rio Doce
    Povo moreno queimado do sol
    Mas que trabalha na terra
    Quieto poupando o gogó
    Naquelas terras bonitas
    Canta alegre o curió
    É um pedaço do Espírito Santo
    Só que um “cadinho mió”.

    E na zona da Mata
    Antes, lá era o cafundó.
    Hoje tem gente que pensa
    Que lá só é festa: samba, baião, carimbó
    Mas lá se trabalha bastante
    Não pense que é só futebol
    Lá é igual o Rio de Janeiro
    Só que um “cadinho mió”.

    E o nosso sul de Minas
    Perseverante como o profeta Jó
    Gente que não teme o trabalho
    Num labor de sol a sol
    Terra de gente importante
    Vestida de gravata e paletó
    Parece o povo paulista
    Só que um “cadinho mió”.

    E o povo cafeeiro
    Com os pés sujos de pó
    Não têm medo de nada
    Neles ninguém dá o nó
    Café com leite no Brasil
    É o nosso grande xodó
    Parece o sul de Brasil
    Só que um “cadinho mió”

    O povo do Triangulo
    Que usando um braço só
    Derruba um boi pelo chifre
    Faz dele um simples totó
    È um povo esperto e matreiro
    Que não perde tempo fazendo filó
    Igual o povo do Mato Grosso
    Só que um “cadinho mió”.

    E nas nossas Cidades Históricas
    Tudo no estilo rococó
    lugar de gente ilustre
    Tiradentes, Juscelino, Zé Arigó
    Terra de revolução e de luta
    Inconfidência, revolta, quiproquó
    Poderia ser a capital do país
    Só que um “cadinho mió”.

    E no Alto Paranaíba
    Café, pães de queijo e de ló
    De frutas gostosas, o abricó
    Lugar de aves campeiras
    A ema, o pavão, o carijó
    Lugar de festas famosas
    Rezas, danças, forró
    Parece muito Goiás
    É só um “cadinho mió”.

    Se em Minas está o Brasil
    Em Belo Horizonte o Brasil é um só
    Mineiro de todos os lados
    Juntos, amarrados com grande nó
    Aos pés da serra do curral
    Pertinho da serra do cipó
    Não deve nada pra nenhuma capital
    Só que a nossa é MUITO E MUITO MIÓ.

*

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Tudo Que No Cume Inspira - Folclore Mineiro * Antonio Cabral Filho - RJ

Tudo Que No Cume Inspira
-Picodaneblina-
*
No alto daquele morro
eu plantei uma roseira,
o vento no cume bate,
a rosa no cume cheira.

Quando vem a chuva fina,
salpicos do cume caem,
formigas no cume entram,
abelhas do cume saem.

Quando cai a chuva grossa,
a água do cume desce,
o barro do cume escorre,
o mato do cume cresce.

Mas quando cessa a chuva,
no cume volta a alegria,
pois torna a brilhar de novo
o sol que no cume ardia!
*
Versão Laurindo Rabelo

http://advivo.com.br/blog/gilberto-cruvinel/a-poesia-obscena-de-laurindo-rabelo

As Rosas do Cume
"No cume daquela serra
Eu plantei uma roseira.
Quanto mais as rosas brotam,
Tanto mais o cume cheira.
À tarde, quando o sol posto,
E o cume o vento adeja,
Vem travessa borboleta
E as rosas do cume beija.
No tempo das invernadas,
Que as plantas do cume lavam,
Quanto mais molhadas eram,
Tanto mais no cume davam.
Mas se as aguas vêm correntes,
E o sujo do cume limpam,
Os botões do cume abrem,
As rosas do cume brincam.
Tenho, pois, certeza agora
Que no tempo de tal rega,
Arbusto por mais mimoso
Plantado no cume, pega.
Vem porém o sol brilhante
E seca logo a catadupa;
O mesmo sol a terra abrasa
E as águas do cume chupa.

A rosa do cume fica
no mais alto da montanha
A rosa do cume pica
A rosa do cume arranha
.
As rosas do cume espreitam
entre as folhagens d'além
trazidos na fresca brisa
os cheiros do cume vêm.
.
No cume duma montanha
tem um olho d'água à beira.
É uma água tão cheirosa
que a multidão ansiosa
o olho do cume cheira."

*

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

A Mineirada Tá Com Tudo - Do Folclore Mineiro * Antonio Cabral Filho - RJ

*A MINEIRADA TÁ COM TUDO*

Não foi só o pão de queijo, não. Franguinho com quiabo e angu de míío. É o tutu de feijão? O lombo de porco na lata? A cachaça de alambique? Moço, isso é só pra começar a prosa. 

Essas modernidade que tem aí hoje em dia, foi tudo inventado por mineiros. 

Um exempro é esse tar de Uber. Por que ocê acha que tem uma cidade mineira chamada Uberlândia? É Uber, na intimidade. Pois, então.

Tem mais um tantão de coisa que foi criada e inventada em Minas.
Qué que eu provo tamém?

Toda vez que um caboco perguntava pro inventor:
– Posso ouvir música?
A resposta era:
– Uai pod.
Quando a pergunta era:
– Posso pedir esse trem de lê livro?
O camarada ouvia a resposta:
– Uai ped.
Pergunta que era feita a outro inventor mineiro:
– Posso fazer conexão com a internet?
Resposta:
– Uai fai.

Pra quem ainda num tá convencido, é só lembrá o avião, que foi otra baita invenção. E quem inventou? O mineiro Santos Dumont, uai. 
Qué uma prova que ele era mineiro? Óia só o que ele respondeu quando perguntaram que nome ele deu pras rodinha do avião:
– 'Trem' de pouso.

Uai, nóis é simples, mais é um povo sabido dimais sô! 


*Colaboração de Marta Borges - Frei Inocêncio - MG*